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I Lost My Shoulder

Publicado: 21/11/2009 em Poemas
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Eduardo Parrucci

Não sei quando começou, nem onde isso vai dar.
Poderia ser melhor se tivesse pra onde correr.
Poderia fazer diferença se existisse uma porta a mais,
mas andar é mais fácil quando se tem quatro pernas.

Olhar pelas ruas que passei procurando um motivo pra te fazer sorrir.
Perceber a impotência de não ter o que é preciso.
Não há caminhos seguros a seguir.
Nem um chão firme o bastante pra pisar.

Confiança mata, alegria mata, raiva mata.
Abraçar dói, comer dói, olhar dói.
Chorar alivia, respirar fundo da forças,
mas andar, andar ainda é difícil…

Perdi meus olhos, minha paciência, meu humor.
Já nem sei quando foi que fiquei sem rumo.
Tinha parado de contar as horas pra que acabasse,
entristecer era mais fácil quando secavam minhas lágrimas.

Não tenho nada que faça não pensar,
as músicas lembram, os lugares lembram, as minhas coisas lembram.
“Souten ni saze”, eu subi. “Mae”, eu tentei.
“Chire”, eu fiquei. “After Dark”, eu caí.

Quando dói tanto que você não consegue nem respirar,
as vezes é assim que você sobrevive
e as vezes como aprende a sobreviver.
“Who’s gonna comfort me and keep me strong?”

Perdi meu ombro, meu suporte.
Agora é mais fácil me prender nesta cela.
Agora é mais fácil não pensar.
Nem tudo passa, nem tudo fica.

Nem sempre é preciso sentir pra escrever,
Nem sempre é preciso sofrer pra sentir dor.
Nem sempre é preciso perder pra querer de volta,
Mas é preciso marcar, pra ser pra sempre…

Tsubasa

Publicado: 28/10/2009 em Poemas
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Eduardo Parrucci

Queria poder te dar o que mais ninguém foi capaz.
Te preencher de alegrias inimagináveis.
Dedicar mais do que palavras apaixonadas,
Mas o tempo voa e não nos deixa voltar.

Sinto-me vulnerável ao ser forte por nós dois,
Uma mescla de poder com fraqueza intangíveis
Pudera eu, causar-te menos momentos de tristeza,
Mas sou ave sem asa, presa em gaiola de ferro.

Sou cachorro vira-latas domesticado,
Acostumado a agraciar o chão de migalhas.
Essa pele suave, por hora delicada demais
Para essas patas de animal sem dono.

Essa vida de ninguém, esses passos desencontrados,
Guia esses passos, endireita essas curvas.
Esqueça tudo que me resta, enriqueça esse ser tão vil .
Me deixe pensar em ser teu forte, me leva.
Me deixo levar o que quiser de mim.

Permaneço impotente para o que já ha muito conheço.
Sou jogador sem jogo, perdedor sem rumo.
A alegria de seus olhos é minha aurora,
A tristeza em sua face é o meu cálice de veneno.

Muitos já disseram que sou louco,
Já decidi milhares de vezes não olhar pra tras.
Pouco a pouco, usar a hipocresia sem sentido,
Para descobrir que essas palavras não me encontram mais.

Procurei motivos para que nunca desse certo,
Tentei achar defeitos inexistentes,
Desmanchei o que havia construído para refazer o que estava certo.
Deixo agora o palco de lado, é melhor ficar na platéia.

Torço para que o dia seja bom, que a chuva não atrapalhe.
Que dure o tempo certo, que não seja qualquer um.
Pode não ser tarde demais para um sim,
Quem sabe ainda possa existir um não?
Mas, desejo com meus sonhos de criança deslumbrada,
Querer ainda mais do que hoje, mais do que ja quis algum dia.

Fascínio

Publicado: 10/10/2009 em Devaneios
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Eduardo Parrucci

Se sentir bem com pouco deveria ser uma prática comum, mas é difícil idealizar para um humano, que se pode ter coisas boas de coisas pequenas. O tempo passa e você muda, as coisas mudam, um mundo de caminhos existe e às vezes sem perceber, você pega aquele que será o mais apropriado, algumas coisas não são controláveis e ainda bem, já pensou se a cada passo dado você soubesse exatamente aonde queria pisar e qual era o seu propósito? É como dizem em uma propaganda televisiva, o que move o homem não são as respostas, mas as perguntas.


Quando nos damos por si, estamos diante de algo que pode mudar nossa vida, para melhor ou pior, dependendo sempre do agente inspirador e do que causará, quando a luz do dia brilha você se dá conta de que está fascinado por algo que nunca imaginou que poderia estar, foi assim comigo e é assim com qualquer um, existem coisas que chamo de existência comum, pois não há um ser humano que conheço que nunca tenha se encantado com algo, aliás, caso procurem no dicionário, fascínio é exatamente isso, encantamento, claro, dentre outras hipóteses a de paralisar com o olhar, atrair irresistivelmente, deslumbrar, seduzir, alucinar e finalmente, dominar irresistivelmente a atenção ou o interesse de algo.

Na infância, diariamente nos deslumbramos com alguma coisa, seja uma história ou objeto e não desejamos perder isso por nada, assim é também quando crescemos e nos deparamos com aquilo que nos paralisa o olhar. Foi assim que comecei a gostar de mangás e animes, sempre gostei de desenhos e histórias, fossem as contadas oralmente ou as que lia em livros, mas em certo ponto da vida conheci pessoas admiráveis com histórias incríveis e todos de certo modo apaixonados por essa maravilha da cultura japonesa. Eu, inexperiente, conhecia pouco desse mundo e essas pessoas, conversavam de um jeito diferente e compreendiam coisas que as outras pessoas não se davam tempo de compreender e eu ficava imaginando se o motivo para tanto seriam essas histórias, então passei a assistir outros animes e o primeiro deles foi FullMetal Alchemist que foi um marco como o muro de Berlim na minha vida.

O que você faria se perdesse sua mãe ainda criança e visse em algum ponto da ciência, uma brecha para trazê-la de volta? O que faria se nessa tentativa perdesse o seu irmão e tivesse que dar uma parte de seu corpo para conseguir reaver apenas sua alma? São possibilidades remotas na vida real, encaramos a morte e as perdas de forma dolorosa e irremediável, mas a vida é feita de dias e noites e o mundo de caminhos a trilhar. Se você perdesse tudo de importante pra você, qual seria a sua escolha? O que você faria? Como passaria a encarar o mundo em sua volta? São tantas paixões e encantamentos que você não nota apenas uma característica, são várias e em algum ponto, você encontra aquilo que te faz repensar suas próprias atitudes.

Sempre fui muito observador e detalhista, mas é fascinante como ter começado a assistir esses “desenhos” me despertou para coisas que nunca imaginei. Depois de ultrapassada essa barreira e começar a ler mangás, novamente me deslumbrei com um mundo desconhecido e passei a lê-los e a colecioná-los e querer sentir o cheiro das páginas novas ou das velhas quando já estão amarelando e ler, reler e ficar ainda mais apaixonado pelas histórias em cada nova leitura, descobrir detalhes nunca antes percebidos em cada palavra lida com mais afinco.

Pode parecer bobagem e muitas pessoas que lerem isso, assim o dirão, mas é algo sensacional descobrir coisas que te abrem portas que nunca imaginou, portas para pessoas novas, conhecimentos novos, sentimentos novos e muitos ainda não entenderão quando eu disser que fico finais de semana inteiros relendo as mesmas histórias ou porque gasto dinheiro com isso e eu direi que não é porque gosto de esbanjar o pouco que tenho ou para mostrar aos outros o que possuo, é porque me lembro a cada vez que abro o armário e vejo minhas coisas lá, que minha vida ficou mais feliz e porque não dizer mais completa? É um mundo de possibilidades que oferece a qualquer um, desenvolvimento humanitário e pessoal. Chorar várias vezes com a morte de um mesmo personagem ou sofrer junto com ele quando não consegue atingir seu objetivo, são valores que são adquiridos, são sentimentos que afloram sem nem se dar conta, como uma amiga inesquecível disse “como eu chorei, como eu ri e como fui feliz e são sentimentos que permanecem lá, para quem escreve e para quem lê”.

São valores que são transmitidos, esperança que é dada e também ensinamentos. Dê valor às boas amizades, cultive com paciência a sua árvore da vida, construa um cercado para proteger suas coisas importantes, aproveite a vida, viva. Se apaixone, ria quando tiver que sorrir e chore quando tiver que chorar, se emocione, grite, pule, cante, cometa erros para poder corrigi-los, perdoe, AME, se permita, dê asas aos seus desejos sem deixar que seus pés saiam do chão e aprenda, sempre aprenda. Seus caminhos lhe trarão possibilidades, caberá a você decidir o que escolher, se arrependa se preciso, mas não viva uma vida de “se”, olhar pra trás é importante, pensar no futuro é essencial, mas viver o seu momento é sensacional.

Não nos fascinaremos apenas uma vez na vida, não nos apaixonaremos apenas uma vez na vida, não sofreremos ou cairemos apenas uma vez na vida, nem sempre estaremos preparados, nem sempre seremos fortes o suficiente, nem sempre faremos o que deveríamos ter feito, o importante mesmo disso tudo é viver e agora depois disso posto, digo sem temer o mundo em volta, isso sim é fascínio.

Cuidado

Publicado: 30/09/2009 em Poemas
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Eduardo Parrucci

É fácil sonhar e imaginar como poderia ser,
difícil é contornar à beira-mar toda essa angústia.
Não olhe pra mim agora, meus olhos estão vazios.
Não chegue perto demais agora, posso te machucar sem perceber.

Seja cuidadoso com suas palavras.
Afastar é fácil, mas manter-se é difícil.
Não teste minha paciência com suas melodias,
você perde seu tempo odiando,
eu perco o meu tentando ser firme.

Seja cuidadoso com seus desejos.
Eu estar errado é rotina, mas o que você faz?
Eu estar certo é raro e o que você fez?
De qualquer forma, eu perco.

E depois, quando a noite chegar,
perceber que as lembranças de hoje serão a minha história.
Poderia ter me dado mais, errado menos
mas, o dia é longo demais e não tenho motivos pra regressar.

Saudades de ter por perto algo que está distante,
pra parar por um instante e dizer o que nunca tive chances.
Segurar suas mãos de leve para ao menos tentar te acalmar
mas, você foge feito tola e só pensa em como me chatear.

Mal sabe o que me enfurece.
Lágrimas não verá em meu rosto.
Desculpas não ouvirá da minha boca.
Em textos meus, não mais lerá você.
De qualquer forma, eu perco.

Sem Mais Desculpas

Publicado: 13/08/2009 em Poemas
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Eduardo Parrucci

Esperar é perda de tempo e alertar é preciso.
Tudo que podemos fazer está ao alcance de poucas palavras.
Você pode até fingir que algumas coisas passam despercebidas,
Mas nunca conseguirá me enganar dizendo que não passou desapercebido.

E escrever agora como se fosse o suficiente,
E tentar mudar o que já foi, com palavras desencontradas.
Não, não é tão simples assim, fácil demais apenas aceitar
E esperar até o dia em que tudo vai desabar outra vez.

Esperar é perda de tempo, mas por que ainda faço isso?
As vezes, sentimentos não precisam de palavras, eles apenas acontecem,
Como cada segundo do relógio ou a areia da praia
Ah, a praia, as ondas…

Este sentimento é errado? Quem sabe?
A capacidade de ser seguro e dizer que é o melhor caminho,
Ainda que você se veja perdido no meio da estrada.
Algumas asas foram quebradas.

Esperar é perda de tempo e acordar é necessário.
Com promessas de que não cairia do pedestal que te criei,
Você se perdeu na noite e eu em suas carícias.
Tentando ser alguém em quem você pudesse confiar,
Mas esquecer de confiar em mim mesmo.

Não fuja apenas por não saber como me sinto,
Eu corro dos meus medos constantemente.
Não preciso de mais ninguém fazendo isso por mim.
Não, não é o silêncio que me acalma, mas a solidão.

Esperar é perda de tempo, mas esperei o quanto pude.
E te fazer um cálice de um dourado suave
Mas não sou artesão e sequer tenho um trocado
Não, não haverá cálice ou dourado.

Te mostrar a melhor parte de mim,
E receber o que em troca?
Sem mais desculpas, você ainda não conhece o meu pior
E esperar? Esperar é perda de tempo…